Soneto da Fidelidade

Que tudo ao amor serei atento
Antes, e com tal zelo e sempre tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante o meu pensamento
Quero vove-lo em cada vão momento
E em seu louvor espalhar meu canto
Rir meu riso e derramar meu pranto

Em seu pesar e em seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angustia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu posso dizer do amor que tive
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.